O garoto Antônio teve uma vida marcada por desafios e conquistas notáveis, filho de Manuel, um português, e Isabel, uma escravizada. Nessa época, a vida se caracterizava pela dureza e violência. Desde jovem, demonstrava talento excepcional para a escultura, aprendendo com seu pai e desenvolvendo suas habilidades ao longo do tempo.

Contudo, na década de 1770, Antônio enfrentou uma reviravolta ao ser diagnosticado com uma doença degenerativa que afetou seus movimentos. Apesar das adversidades, perseverou, continuando a trabalhar incansavelmente. Sua dedicação e talento não passaram despercebidos, e ele foi contratado por Vicente Freire para esculpir as magníficas imagens dos Passos da Paixão e os Profetas no Santuário do Senhor Bom Jesus em Congonhas.
Embora tenha alcançado realizações extraordinárias, ainda enfrentava o desafio de ser rotulado pelo apelido pejorativo de ‘Aleijadinho’. No entanto, sua genialidade como arquiteto e escultor transcendia qualquer rótulo. Ele deveria ser lembrado como o Grande Mestre, cujas obras embelezaram cidades históricas de Minas Gerais e inspiraram gerações futuras de artistas. A história de Antônio Francisco Lisboa é um testemunho da força do espírito humano e do poder transformador da arte.
Por Domingos Teodoro da Costa – historiador e escritor de Congonhas