Inventário de proteção de importante peça sacra de Lafaiete é apresentado ao Conselho de Patrimônio Histórico

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Durante recente reunião do COMPHAC (Conselho Deliberativo Municipal de Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico de Conselheiro Lafaiete), foi apresentado aos membros, um inventário de proteção de uma importante peça sacra do acervo da igreja de Santo Antônio. Trata-se do resplendor da venerável imagem de Santo Antônio de Queluz, vindo de Portugal, com a imagem do santo, ainda em meados do século XVII

Frente total do resplendor. Foto: Luiz Otávio da Silva.

O Inventário, que poderá fazer parte do Dossiê de Tombamento, foi solicitado por José Marcos Gonçalves, presidente e provedor da Irmandade Santo Antônio de Queluz ao pesquisador e pós-graduando em história, Luiz Otávio da Silva. É sabido por toda a comunidade que a igreja de Santo Antônio de Queluz em si representa um importante patrimônio histórico de Conselheiro Lafaiete o que ainda preciso ser destacado é o valioso acervo que ela possui e que deve ser mais valorizado pelas autoridades locais.

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Resplendor sobre a cabeça da imagem de Santo de Antônio de Queluz. Foto: Luiz Otávio da Silva

Luiz Otávio afirma que o objeto de estudo – o resplendor da venerável imagem de Santo Antônio de Queluz possui incontestável valor histórico e cultural, além de rara beleza e, talvez pode ser a única peça da nessa categoria (acessório sacro) na cidade. O pesquisador diz desconhecer na cidade outro resplendor, seja na semelhança ou na idade que se equipare ao que possui a igreja de Santo Antônio.

Para Luiz Otávio, o resultado do trabalho de pesquisa para a elaboração do inventário constitui-se de um documento sólido em que se apresenta elementos substanciais de materialidade argumentativa para a proteção da peça. O resplendor peça de meados do século XVIII (possivelmente da primeira metade), em estilo barroco, é provavelmente de Portugal e não possui autoria ou atribuição de autoria, o que era comum à época. É feito de material dourado – metal fundido, cinzeladura, gravação.

É possível que seja banhada à ouro e confeccionado em forma de meio círculo formado por um conjunto de 13 raios não cilíndricos. As folhas dos raios “nascem” na parte superior do semicírculo, projetam-se para cima e são conectadas/ligadas por um ponto do mesmo material. Possuem frisosque terminam em pontas. Destacam-se, visivelmente, sobre o centro e nas extremidades do meio círculo, ornatos de flores que se assemelham a camélias e há também algumas folhas. Possui ao centro na parte inferior um espigão para encaixe na cabeça da escultura.

O pesquisador Otávio ainda afirma que também pode dar à peça estudada o “valor de importância social, uma vez que, sendo ela parte integrante de um objeto/peça (da imagem do santo a que ela pertence) é também um aglutinador de pessoas, que cria um movimento transitório no seu entorno. Segundo ele, cabe, aos órgãos de proteção histórico zelar pelo reconhecimento, valorização e pela irrestrita proteção de tudo aquilo que constitui o patrimônio histórico. “Preservar aquilo que temos de importante e valioso é mais sábio que desperdiçar tempo e recursos com o que não existe (mais)”, afirma o pesquisador.

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