O Carnaval em Conselheiro Lafaiete não é apenas uma festa de alguns dias. Ele é parte da alma da cidade, um patrimônio afetivo que resiste no coração de quem vive e respira essa tradição. Nas ruas, multiplicam-se blocos formados por amigos, famílias e comunidades inteiras que carregam no peito a vontade de celebrar. Mas junto com essa paixão, vem também um obstáculo real: a dificuldade de comprar instrumentos musicais.
É nesse compasso que nasce a campanha Toca de Novo!, iniciativa da lafaietense Alexsandra Barbosa Gabriel. O projeto tem como foco arrecadar instrumentos usados, mesmo aqueles quebrados, enferrujados ou esquecidos em escolas de samba desativadas, em porões, garagens e armários. Muitos foram herdados de pais para filhos e hoje estão em silêncio. A ideia é devolver vida ao que parecia perdido e transformar objetos parados em pura música para o Carnaval.
“Queremos transformar silêncio em batucada, poeira em brilho, esquecimento em alegria. Um tambor encostado pode se tornar o coração de um bloco. Uma caixa rachada pode voltar a marcar o compasso da festa. Cada doação é um sopro de esperança para manter viva a tradição do nosso Carnaval”, explica Alexsandra.
O gesto é simples, mas de grande impacto. Basta procurar nos cantos da casa: aquele surdo encostado, o violão sem cordas, o trompete esquecido, o tamborim amassado. Tudo pode ser restaurado e voltar a ecoar nas ruas. Para doar, basta entrar em contato pelo WhatsApp (31) 98910-4951.
E Alexsandra completa: “Mais do que recolher instrumentos, a campanha Toca de Novo! é um movimento de resistência cultural. Quando um instrumento volta a tocar, não é apenas a música que renasce. Renasce também a memória de quem o tocou um dia, a energia da comunidade que se une para o Carnaval e a certeza de que Lafaiete não deixa sua alegria morrer. Eu acredito que o Carnaval é feito de cores, batuques, vozes e sonhos. E cada doação tem o poder de transformar silêncio em festa, esquecimento em história e solidão em multidão. Em cada instrumento recuperado, nasce de novo a batida que faz a nossa cidade inteira dançar.”
