Vans escolares amenizam, mas não solucionam crise no transporte coletivo de Lafaiete

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Enfim a população de Conselheiro Lafaiete voltou a contar com o serviço de transporte público. Com o fim do contrato da Viação Presidente que não foi renovado e a paralisação dos funcionários da empresa por conta de atrasos de salários e benefícios, o papel de transportar os lafaietenses agora é temporariamente das vans escolares.

A ação emergencial é vista com bons olhos por boa parte população, além de oferecer renda para os proprietários de vans escolares que estavam sem trabalhar desde o ano passado quando as aulas foram suspensas por conta da pandemia da Covid-19. Dentro das vans está sendo disponibilizado álcool gel, item que nos ônibus não era fornecido aos passageiros. 

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A medida é uma aposta que preenche a lacuna deixada pela Viação Presidente, mas a operação das vans não soluciona a crise instalada no setor de transporte coletivo no município. Nem todos os bairros ainda foram contemplados com o serviço alternativo. Quem utiliza as vans terá que pagar em dinheiro os R$ 3,60 e os cartões de vale transporte que são utilizados por muitos trabalhadores não estão sendo aceitos já que o serviço é emergencial e não se trata de uma concessão. Ainda não está claro se haverá acesso de idosos e pessoas com deficiência que tem direito à gratuidade no transporte público.

A verdade é que faltou planejamento por parte do município para substituir a Viação Presidente que há muito tempo já vinha sendo alvo de reclamações por parte da população por conta dos ônibus sucateados, sem conforto para os passageiros e principalmente o não cumprimento de horários. Não é somente a prestação do serviço que precisa melhorar no município que possui mais de 100 bairros. Conselheiro Lafaiete carece de novos itinerários e ampliação das linhas para atender mais bairros que hoje não contam com transporte coletivo e uso da tecnologia como aplicativos para facilitar o acesso da população às informações referentes ao serviço.

Cabe também um apelo às autoridades para que apoiem os funcionários da Viação Presidente que sofrem por conta do atraso no pagamento dos salários e benefícios. Eles jamais podem ser esquecidos e precisam da solidariedade na luta pelos seus direitos e principalmente para que não percam a esperança diante da gravidade da situação.  São pais e mães de famílias que precisam trabalhar e espero que eles sejam incorporados à nova empresa que irá operar no transporte público tão logo seja definida.

Por jornalista José Carlos Vieira

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