As eleições do domingo, 02/10, deixaram um cenário preocupante para os próximos quatro anos em Conselheiro Lafaiete. Mesmo com 97.282 eleitores, o município não conseguiu eleger um representante para Assembleia de Minas Gerais e nem para Câmera Federal.
Isso acarreta em perda de emendas parlamentares para o município com população estimada em 130 mil habitantes e que tem uma das piores arrecadações do estado de Minas Gerais. Mas o que aconteceu? Um dos principais fatores é o alto número de candidatos na cidade tanto para deputado estadual como para federal.
Mesmo com a enxurrada de candidatos, o PROVE (Projeto Voto Ético) incentivar a população a votar nos candidatos da terra, porém a ação não surtiu nas urnas o efeito esperado. Dos 81.117 eleitores que compareceram às urnas, 68.866 votaram para deputado federal em Conselheiro Lafaiete o que representa 84,90% do eleitorado. Os dados da Justiça Eleitoral apontam ainda que 6.570 eleitores (8,10%) votaram em branco para deputado federal em Conselheiro Lafaiete e 5.681 (7,00%) anularam o voto. Já 16.018 (16,49%) eleitores não compareceram às urnas no município. No caso da eleição para deputado federal se forem somados os votos brancos, nulos e abstenções, o número chega a 28.269 votos desperdiçados em Conselheiro Lafaiete.
Para deputado estadual, houve 65.926 votos válidos em Conselheiro Lafaiete o que representa 81,27%. Ainda para deputado estadual, o número de votos brancos foi maior sendo 8.321 (10,26%. Já os votos nulos chegaram a 6.870 (8,47%) e 16.018 não compareceram para votar (16,49%). A soma dos votos brancos, mulos e abstenções chegam a 31.209 votos desperdiçados para deputado estadual.
Nestes dados apresentados não conseguimos nem contar os votos que foram depositados em candidatos de outras cidades, sendo que alguns deles nunca pisaram em Conselheiro Lafaiete ou talvez nem saibam onde se localiza o município. Também é necessário dizer que candidatos de outras cidades também tiveram apoio em Conselheiro Lafaiete de alguns que postulavam cargos na Assembleia e na Câmara Federal. Não consta também nestes dados os votos ideológicos, ou seja, aqueles acarretados principalmente pela polarização da disputa entre os candidatos a presidente Bolsonaro e Lula.
O cenário da eleição deste ano serve de reflexão para os próximos pleitos. A iniciativa do PROVE é louvável e deve ser levada mais a sério pela população. Porém, o movimento deve começar a trabalhar pelo menos dois anos antes das eleições incentivando primeiro a redução do número de candidatos na cidade para depois partir para conscientizar a população a votar. Caso este trabalho não for realizado, vamos continuar lamentando o resultado das eleições por muito tempo.
Um forte abraço!
Por Jornalista José Carlos Vieira